Domingo, cerca das 9h50 da manhã, antes de iniciarmos a viagem que nos levaria até casa da avó.
Eu e ela, a mana pikena de 11 anos levavamos os três sacos do lixo que, preguiçosamente se acomulavam em casa. No estacionamento, um carro mal estacionado, ocupando dois lugares do pequeno parque quase vazio. Lá dentro um casal de namorados. Inicialmente ela não os viu. Mas, quando regressavamos ao encontro da mãe, ela a pikena olha e chocada, horrorizada e escandaliza diz em alto e bom som para quem quissesse ouvir:
BAH!!! TROCA DE BABA E BACTÉRIAS!!! QUE NOJO!!!
Assim se explica porque ainda não aconteceu o tal beijo com o seu primeiro e oficial namorado de há cerca de duas semanas (apesar de já usarem, com convicção, o "amt mt mt mt"). Curisamente, não era o que ela achava aos 4/5 anos... Segundo conta o meu irmão, certo dia ao ir buscar-la ao infantário viu a pikena aos beijinhos com uns cinco meninos debaixo do escorrega. Para se defender, ela argumenta que Eu era muito pequena! Uma criança!
Já a irmã, eu, preferia distribuir chapadas! Segunda a mãe, sempre que um menino pedia um beijinho meu levava um estalo!
Oh Mari, dá-me um beijinho!
(ai tens... para não te armares em engraçadinho!)
Isto já explica muita coisa!
Já durante a viagem, saida do nada (e eu a pensar que ela dormia) pergunta:
Oh mana, porque é que existem festas das Marias, dos Josés, dos Pedros, dos Antónios, das Rosas (...) e não existe uma festa das F.?!
Sei lá eu... E sabes uma coisinha?! Deita-te mas é a dormir e não digas disparates!
Mas devia de haver! Sabes porque?!
Porque eu sou a Princesa das Flores!
(atenção, ela não se chama Fátima nem nada disso; tem nome de poetisa...)
Realmente... Isto só vindo de ti!
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