O meu caderno diário é uma autêntica gatafunhada de letras, setas, números... São apontamentos (se é que os podemos apelidar como tal!) de difícil compreensão e em que poucos o percebem, apenas eu própria (mal seria!) e uma ou outra pessoa.
Outrora, era das pessoas mais organizadas com os cadernos diários. Os títulos tinham uma determinada cor, os subtítulos igualmente, existiam bolinhas, tracinhos e mais uns quantos elementos de organização. Antes da minha entrada na Universidade, os meus cadernos diários eram a perfeição!
Agora tudo mudou. Se quero apanhar tudo (ou quase tudo) do que os professores dizem tenho de fazer tudo à baldas...
Graças a esta desorganização, vejo-me obrigada a passar diariamente em folhas que, posteriormente coloco num dossier, todas as informações recolhidas durante as aulas. Aqui sim, exijo profissionalismo (ou quase) a mim própria... Na verdade, é frequente encontrar pequenos vestígios de corrector pois, não raras as vezes, me confundo na minha desorganização.
Ontem, andava eu "numa de passar os apontamentos a limpo" (porque nem sempre apetece) e comecei pela cadeira sobre os autores contemporâneos da Sociologia. A meio da minha escrita, relembrei o momento em que o professor repetidamente diz a seguinte frase:
- Com certeza que nem todos vocês escolheram Sociologia como primeira opção. Contudo, à medida que foram avançando foram-se identificando com o curso.
Nisto, a "Mafalda" diz-me:
- Ouvistes o que disse o professor?
- Ouvi. Mas eu sou especial e sou ao contrário.
Eis que ele prossegue no seu belo exemplo:
- Outros, em contrapartida, entraram na primeira opção mas, e espero que não seja esse o caso, começaram a não se identificar com o curso...
Olhei para a "Mafalda" e logo compreendeu em qual me encaixava.
Se ele soube-se o quanto eu o odeio quando ele utiliza este exemplo...
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