Depois das férias, do "papo para o ar", do nada fazer e de apenas me movimentar para mudar o canal da televisão (exagero! é claro que não passei as tardes a ver TV...) eis que regresso à rotina das aulas, dos trabalhos, das apresentações e fichas de leitura, dos livros e das frequências... enfim, à vida de estudante!
Para além do regresso à vida académica, eis também o regresso à dieta... Na segunda-feira, dia de beijar a Cruz na terra dos meus tios, comi à farta, do que me apeteceu e sem olhar ao que.
E a vossa Páscoa que tal foi?
Ando a superar-me...
Desde miúda, mais propriamente desde os 5 ano de escolaridade, que criei imensos complexo com o meu corpo. Desde essa altura que criei uma espécie de ódio-amor por mim própria, ora me adoro, ora me ódio; sendo o mais habitual, ódiar-me.
Um dos meus complexos diz respeito à pernas. Nunca gostei delas! Se pudesse, já à muito que as tinha cortado e trocado por outras... Sempre as achei gordas de mais quando comparadas com a maioria das miúdas.
Ora, graças a este complexo, sempre foi incapaz de usar saias acima dos joelhos, nem que fosse só um bocadinho! Este complexo já me trouxe muitos desgostos e tristezas, já me impediram de fazer muita coisa... Fartei-me!
Hoje, eu e a I. de-mos uma de "baldas". Não fomos à aula e andamos a passear e a conversar. Numa das ruazitas, encontramos uma loja em promoção de Natal. Entramos, tipo devoradoras de roupa (sim, se fosse possível, traziamos a loja inteira!), cuscando todo o tipo de roupa. Eis que minha pessoa encontra um lindíssimo vestido castanho e toca a experimentar! Sai-o dos provadores à procura da I., todas as mulheres a olharem para mim (vai-se lá saber porque!), e quando a encontro diz-me:
I. - Estas linda! Fica-te tão bem!
Eu - Não sei, isto é um bocado curto...
I. - Não é nada, esta-te tão bem!
Quando olho à minha volta, tenho as mulheres todas a abanar com a cabeça a dizer que sim. Comprei o vestido e não me arrependo.
Os meus complexos tem me impedido de muita coisa... Não é do dia para a noite que se muda algo que esta, de tal maneira entranhado em nós, que parece não querer sair por mais força que se faça... vai-se mudando. Preciso de ganhar mais confiança em mim, amar-me. Não é fácil... Nada é fácil.
Não é com dois vestidos mais curtos que me vou passar a adorar e a deixar os complexo no caixote do lixo. Vou tentado, dia a pós dia, mudar a minha maneira de ser.
Já pensei desistir, mas olho o passado, para que voltar a desistir de mim?! Fiz-o uma vez, não o farei segunda vez, não quero nem posso...
Nem mais! Declarei greve à comida!
Já tinha declaro guerra aberta à comida, mas desde sexta que lhe dei "tréguas". Isto porque, graças a um trabalho de grupo, entraram pela minha porta gomas, bolachas e
chocolates. Em trabalhos de grupo, os docinhos caiem que nem maravilha!
Portanto, guerra aberta à comida a partir de hoje! Nesta boca, ou melhor, da minha carteira não sai nem mais um tostão para doces e guloseimas!
E para complementar a minha luta, vou começar a dançar. Sim, a dançar!!
Curiosamente, quando contei à minha mãe e à "Madame Paixão" (a minha querida L.) elas deixaram fugir uma "alta gargalhada" (no caso da L. deve ter ficado com cara de idiota a olhar para o monitor e, quem sabe, uma gargalhada!) . É que minha pessoa é de tal maneira "introvertida e tímida" que não se sabe mexer; digamos que sou um "homem" a dançar .
Agora é que aqui a "je" vai arrasar nas pista das discotecas (ou não)!
O fim-de-semana (no meu caso, prolongado !) trouxe a confirmação...
Esta sexta-feira descobri que perdi entre 10 a 15kg . Ainda não cheguei aquilo que defini como "o meu peso ideal", mas estou no bom caminho .
Já todos me tinham dito que estava "consideravelmente mais magra" e alguns até me questionavam se estava doente, mas só a confirmação da balança me deixou alegre. Sinto-me mais confiante; a minha auto-estima elevou-se um pouco mais.
Mesmo assim, decidi que iria fazer uma visitinha a um nutricionista. Mas não só...
No meio desta alegria, saltou-me a dúvida se não deveria procurar apoio num psicologo .
É certo que até agora nunca o necessitei... Bem ou mal tenho conseguido lidar com os meus sentimentos; no entanto, eles ficam cá dentro. Parecem virus que não se libertam por nada e, ora estou bem, ora estou mal .
Por outro lado, acho que não tenho um motivo forte para lá ir... Se me perguntam porque decidi ir lá, a reposta será, provávelmente: "não sei" (pois nem eu própria o sei) . Uma parte em mim diz-me que devo, a outra diz-me que não...
Quarta-feira irei marcar a consulta para a nutricionista; nessa altura decidirei o que fazer.