Viajando de comboio…
Olho o vidro,
Vejo imagens reflectidas,
Que aparecerem e desaparecem,
Então surgem pensamentos, sentimentos…
As vezes, surgem aqueles que todos gostamos…
De alegria, de amizade, de esperança!
No entanto,
Estes depressa dão lugar aqueles que não gostamos,
Sentimentos maus, que queremos apagar…
De tristeza, de mágoa, de revolta, de solidão!
São como gritos de revolta.
Sentimentos que dão vontade de morrer,
E esquecer tudo,
Ou de nos escondermos num lugar bem longínquo,
Fugir e nunca, nunca mais voltar!
Ai, pergunto-me:
Porque não podemos ser todos felizes?
Porque é que a vida nos trama? *
Porque todos procuramos a felicidade?
Afinal, qual o sentido da vida?!
Escrevi este "espécie" de poema decorria o ano de 2006.
Nos cerca de 20 minutos que durava a viagem, todo o tipo de pensamentos preenchiam a minha mente, uns bons outros maus. Daquela altura atravessava uma fase complicada, com desilusões, tristezas e desgostos, não só em termos amorosos, mas também familiares.
Curiosamente, quando reli o texto, as lágrimas escorreram-me o rosto... Passado este tempo (e resolvidos os problemas familiares), ele é ainda hoje demonstra o meu estado de espírito...
* Esta frase é me familiar... A música de que odeio de João Pedro Pais!
Andava a navegar no mundo da blogosfera, lendo outros blogs, quando finalmente reencontrei um blog que já andava a acompanhar no meu primeiro blog, que entretanto apaguei.
O blog forá criado, inicialmente, para falar sobre o percurso até ao peso ideal. Alcançada a meta, a autora do blog pretendia apagar o blog, mas não consegui...
A primeira vez que criei um blog, tinha o intuito de escrever aquilo que não consegui transmitir oralmente: frases, pensamentos, ideias, desabafos, medos, receios... Entretanto apaguei-o. Tomei esta decisão porque achava que o blog não estava a tomar o rumo que queria (que para ser sincera, não sei qual era!) e achava que ninguém tinha de estar a ler o que eu escrevia.
Contudo, percebi que precisava de um sitio para falar sobre mim, sobre o que me rodeava, sobre tudo em geral. Numa tarde em que me sentia mais deprimida e em baixo, eis que dou inicio ao meu segundo blog.
Sinceramente já não me preocupa que leiam o que escrevo. Compreendi que tal como eu, mais pessoas passam por momentos difíceis, encontrando no seu blog, no seu espaço, no seu diário o local indicado para desabafarem o que lhes vai na alma. Mais, como já referi no primeiro post, Maria há muitas e não é pelo nome de Maria que me conheceram. É um local só meu, onde posso escrever, gritar, berrar, dizer mal e mais não sei o que sem me preocupar com os outros... Ninguém sabe quem é esta Maria (, tirando a I. que sabe da existência do blog, mas que não deve de cá vir!).
O meu blog é uma espécie de Muro das Lamentações, onde me lamento sobre tudo e nada, mas que importa isso? É a minha forma de desabafar...
Depois de ter apagado o primeiro blog, não penso dar o mesmo destino a este. Só pararei quando já nada tiver para dizer (ou quando não tiver internet! )...
Não sei muito bem o que escrever... Tinha tanto para escrever, mas não encontro as palavras certas para traduzir o que sinto.
Gosto de Florbela Espanca. À pouco tempo comprei o livro "Sonetos" e encontrei dois poemas que traduzem bem o que sinto:
"Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, esntrou.
E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os passos da Dor, essa cadência
Que é já tortura infinida, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!"
("Sem Remédio")
"Disseram-me hoje, assim, ao ver-me triste:
«Parece Sexta-feira de Paixão
Sempre a cismar, cismar de olhos no chão,
Sempre a pensar na dor que não existe....
O que é que tem?! Tão nova e sempre triste!
Faça por estar contente! Pois então?!...»
Quando se sofre, o que se diz é vão...
Meu coração, tudo, calado, ouviste...
Os meus males ninguém mos adivinha...
A minha Dor não fala, anda sozinha...
Dissesse ela o que sente! Ai quem me dera!...
Os males de Anto toda a gente os sabe!
Os meus... ninguém... A minha Dor não cabe
Nos cem milhões de versos que eu fizera!..."
("Impossível")
Sinto-me triste... Sinto-me em baixo... Sinto vontade de chorar...
Pergunto-me porque, mas não encontro a resposta. Não raras as vezes sinto-me assim.
Talvez tenha sido da frase "quero um namorado!" ou da música que me fez lembrar aquela pessoa especial...
Sinto-me estúpida, cada vez mais estúpida e parva. Não encontro um motivo, uma causa, nem sei o que escrever neste post... Apenas sinto isso: vontade de chorar de fugir!
À semanas que ando a tentar lutar contra os meus medos: a solidão, a timidez, a vergonha... Parece que cheguei a uma fase da minha luta em que começo a perder as forças.
Pergunto-me, para que isto, porque mudar?!
A minha cabeça está uma verdadeira confusão (como este post)... Preciso de organizar as ideias, o que quero, traçar um objectivo...
Será que é assim tão complicado pedir para se ser feliz?!
Amanhã (talvez) escreva algo decente e claro...
. Blog...