O meu irmão tinha saido até ao café.
A minha mãe ficará com a pikena em casa, muito provavelmente a ver aquelas novelas tão lindas, emocionantes, cativantes e sempre tão diferentes da anterior que só a TVI sabe fazer. E, enquanto a mãe se entretia com as ditas novelas, a pikena pedira-lhe emprestado o telemóvel (ela tem telemóvel próprio, mas é como se não tivesse, porque particamente já deu cabo de um telemóvel que nas minhas mãos durou dois aninhos e parecia novo!) para falar com o seu mais que tudo S.. E para que a mãe não desse conta das constantes mensagens, decidiu-lhe tirar o som.
Se bem a troca de mensagens daquele casalinho, aquele desgraçado telemóvel nunca recebera tanta mensagem num só dia! O meu, só ao fim-de-semana recebe mais mensagem do que eu num mês. Aliás, eu deixo de ser dona do meu pobre Nokia. De tanto uso que ela lhe dá, já consegui fazer algo que eu em dois anos nunca consegui: partir teclas, desgasta-las e quase partir o ecrã. Digamos que o meu pobre Nokia só conheceu as palavras trabalhar no duro desde a Páscoa.
Ora, quando a minha mãe se foi deitar e exigiu o telemóvel de volta não se apercebeu que ele estava sem som. Aliás, ela nem sequer sabe fazer isso e volta e meia ouve-se um có có ro có có, o seu galo, o que já a fez passar por uma belas figurinhas (como um dia em que lhe telefonei e ela estava na missa).
Deitou-se tudo a dormir e ninguém mais se lembrou do meu pobre irmão.
Eram cerca das duas da manhã quando a mãe acordou relembrando que tinha um filho! Olhou para o telemóvel e... 20 chamadas não atendidas de Z. Telefonou-lhe e eis a bela conversa entre mãe e filho:
Onde estás tu?
Mama, eu estou cá em baixo!
A onde?
Fora da porta à duas horas!
Lá se levantou e foi abrir a porta ao pobre do meu mano.
Segundo ele, estaria ali à cerca de duas horas e já teria tocado a todas as campainhas e nada (o que é deveras normal, ó tótó!).
Sabem, acho que a inteligência do meu irmão fugiu... Desconfio que ela não sabe o que serão chaves (desconfiar é feio! por isso afirmo que ele não sabe o que são chaves e arrisco-me a dizer que ele estava trancado num wc enquanto Deus distribuia a inteligência)!
Quanto à pikena... Cheira-me que deve ter levado um belo e grandioso sermão de missa cantada não só do Z. mas também da mãe, que odeia que lhe mexam no telemóvel.
É caso para dizer... Boa pikena, só mesmo tu!
Já a algum tempo que falo com a C..
Não a conheço, nem tão pouco sei como conseguiu o meu email. É uma miúda nova, algo imatura. Normalmente pede-me conselhos amorosos ou ajuda com as tarefas escolares e, geralmente, não recuso apoia-la.
À cerca de uma semana desabafou comigo o fim do relacionamento que mantinha com um rapaz alguns anos mais velho do que a C.. Estava preocupada com a repentina mudança do namorado, que terminara sem uma justificação. Dei os conselhos, que achava mais plausíveis e correctos. Qual não é o meu espanto quando percebo que ela nunca manteve contacto físico com esse rapaz, que o namoro dela era virtual!
Fiquei espantada e horrorizada!
Tentei, então, explicar-lhe que namoros pela internet quase sempre dão mau resultado. Tentei alertar-lá para os riscos que poderia estar a correr.
Ok, devo confessar que eu também falo com um rapaz que não conheço à cerca de 4 meses, mas vai da ia a apaixonar-me ainda falta um longo caminho (se é que existe neste casos)...
Aparentemente, a C. abriu os olhos e decidiu não ligar mais nenhuma aquele rapaz que conhecera na internet.
Hoje voltamos a falar sobre ele. Disse-me que o iria esquece-lo e começou a falar-me de um rapaz palpável e real que mora perto dela. Dei-lhe o meu apoio. Nada de anormal, até ela me dizer que estava a falar com ele, pelo telemóvel, e que já o pedirá em namoro!
Ok... Eu talvez seja muito retrógrada ou talvez excessivamente romântica e sonhadora, mas desde quando se pede alguém em namoro por telemóvel?! Mais, o que será o amor para as novas gerações?! A C. dizia amar, em apenas um mês, um rapaz que nunca virá!
Cada vez mais me choca a forma como as novas gerações encaram a vida em todas as suas formas...
É chocante que as novas tecnologias substituirá o que outrora eram momentos importantes na vida de cada um de nós, tal como o pedir em namoro; e é revoltante a forma como os mais novos olham o amor... Em apenas um mês diz-se amar alguém, quando na realidade, amar é muito mais do que uma troca de beijos e de sexo.
São elas:
Quanto à asneira de segunda-feira, está resolvida ... (obrigada pelas mensagens de apoio!)
. 3 coisas que odeio que me...