Tive com a S. e com a L., as minhas duas grandes amigas de secundária (e que creio já ter falado delas um dos meus primeiros posts). Juntas, formávamos um grupo, companheiras de risotas e de saídas nocturnas, de trabalhos e de conversas de namorados, sexo, escola, futuro, sonhos... Éramos um grupo inseparável, onde estava uma estavam as restantes.
Já não as via à um ano; à um ano que não estavamos todas juntas.
A L. continua igual: bonita e atraente. À S. quase que nem a reconhecia e sinceramente não sei porque. Quanto a mim, segundo elas, estava muito diferente. Mas eu não concordo.
Exteriormente, sim, mudei. Aprendi a arranjar-me e emagreci (segundo o que dizem, porque eu cá não noto nada!). Sim, podemos dizer que mudei.
Interioremente não mudei. Continuo igual a mim mesma: tímida, complexada, confusa, triste e umas quantas coisas mais que não consigo descrever.
Num ano, podemos mudar muita coisa exteriormente... Mas o que fazer aquelas que permanecem internamente, aquelas que os outros não podem ver e que só nós as vemos e sentimos? Aquelas que aos poucos e poucos nos vão enfraquecendo?
Há anos que ando a tentar combater a angústia interna, mas parece que nada ajuda. Existe sempre algo que dificulta esse combate, que nos deixa sem saber o que fazer ou onde procurar as forças que necessitamos para tal.
Externamente todos nós mudamos. Internamente são poucos aqueles que os conseguem e os que não conseguem, vivem na angústia e na ânsia de alcançar a mudança.
Quiças, nem exterioremente eu tenha mudado...
À músicas que me tiram fora de mim...
João Pedro Pais tem uma música da qual fujo, não gosto, odeio... Gosto do cantor e da generalidade das músicas, mas daquela não! Fico deprimida, com a lágrima ao canto do olho.
Os meus colegas e amigos não percebem porque odeio-a tanto, porque não lhe posso ouvir o inicio! Custa-me escrever disto, falar seria mais doloroso...
Porque? Porque ele volta aos meus pensamentos, ele, o R..
O R. foi a minha primeira (e talvez, a única) grande paixão que tive até hoje. Sem pedir autorização, a amizade e a atracção misturaram-se e quando dei por isso estava apaixonada... Apaixonada por um colega de turma, demasiado cobiçado pelas meninas e que nunca irei olhar para a menina mais gordinha e feia da turma [e neste momento, as primeiras lágrimas correm-me pela face]... Vivia na mentira, sonhando inocentemente as histórias que via na televisão, nos inicios que imaginava de uma relação a dois. Queria, desejava, sonhava em que isso acontece-se! De facto, ele era só meu quando fechava os olhos, apenas quando os fechava...
Gostar dele teve coisas boas e más... Aprendi que sonhar demais e pensar que tudo é igual às novelas nos conduzem a uma vida de mentiras...
Nunca namorei, nunca beijei e eis uma das minhas maiores mágoas. Tenho medo da solidão, de não saber o que é ser amada e amar ou de não saber qual o "sabor" de um beijo. Queria que o primeiro fosse dele...
Sinto viver numa mentira... Digo que não quero saber de namorados ou rapazes, mas no fundo, quero, preciso, necessito... Já não sei mais o que quero!
Só não quero viver na ignorância, no medo, na solidão, na procura de alguem que não existe...
Fartei-me de ouvir que o meu "príncipe encantado" esta a caminho, ao virá da esquina, onde menos pensar! É tudo mentira...
Dizem que me devo "soltar" mais, falar mais, ser menos fechada, sair mais... Talvez.
Gostar do R. não foram só aprendizagem; gostar do R. significou tornar-me mais céptica em relação ao amor. Tornei-me mais fria, eu sei... Deixei de acreditar no amor para toda a vida, em "príncipes encantados", em "Romeus e Julietas"...
Porque não sou totalmente feliz? Porque não encontro alguém que ocupe o lugar da solidão? Porque fico sempre com a lágrima quando oiço aquela música? Porque estas contradições? Para que o amor? Para que sofrer? Será que sou assim tão feia ou timida que afasto quem quer que seja? Tantos "porques, serás e para que's" sem respostas!
Sinto-me uma egoísta... Aliás, sou uma egoísta! Há pais que choram os filhos desaparecidos à anos; pessoas que morrem à fome, ao frio, pela guerra... E eu? Eu choro por não saber o que é o amor!
No fundo, todos nós somos egoístas: queremos sempre mais do que já temos, quando muitos dariam tudo para ter metade do que nós temos...
"Mentira" é o nome da música [e termino sem mais lágrimas, creio que já as chorei todas em nome do amor; escrever faz-me bem!]...
Decidi responder ao comentário da Lui num post.
Em parte concordo com a tua opinião, quando dizes que devemos amar-nos de qualquer forma. Contudo, nem sempre é assim.
Em tempos houve que aqueles a quem chamava de amigos me quiseram moldar ao seu gosto. Diziam aquilo que consideravam ser o melhor para mim, mas no fundo o que procuravam era alguém com quem gozarem. Sim, foi considerada a "patinha feia da turma"... Quando recordo esses tempos vejo uma menina ingénua que se deixou levar pelas opiniões alheias, tentando agradar a todos e sem que ninguém se preocupasse com as suas ideias.
Hoje em dia, em parte, creio que as coisas alteraram. Já não me deixo influenciar pelas ideias ou opiniões de terceiros. Procuro privilegiar o que sinto. Se antes ficava em baixo quando era alvo de gozo, agora procuro não dar importância a quem nada de interessante tem para dizer.
No entanto, isto nem sempre acontece. Às vezes nem é necessário um gozo ou frases maldosas, acontece sem querer... Por vezes deixamos de gostar de nós por lembranças passadas, não valorizando o que realmente somos; e é isto que eu quero que deixe de acontecer.
Sempre ouvi dizer que antes de encontramos a nossa "cara metade" precisavamos de gostar de nós. Talvez seja uma ideia pré-concebida. Talvez nem seja necessário haver um grande amor por nós, talvez as nossas próprias fragilidades ajudem a aproximar essa "cara metade".
De qualquer forma, creio ter chegado a uma fase em que começo a gostar de mim... Com alguma insegurança e receio, mas sei que estou lá perto.
Não sei se me fiz entender; é algo de dificil tradução para mim...
Fico-me por aqui, acerca daquilo que me vai na alma.
Falando noutra prespectiva (sociologicamente falando... visto que ando a estudar estas coisas...), atribui-o uma parte da culpa à sociedade em que vivemos. Já deu para perceber que a sociedade, através da TV, da publicidade, das revistas, dos modelos, etc., transmite ideias acerca do corpo da mulher e do homem que não correspondem à realidade. Crianças e jovens interiorizam aquilo que lhes é ensinado pelos poderos meios de comunicação social, interiorizam valores que, muitas vezes, são os errados. Acabam por achar que o mais importante em alguém é o seu exterior, a sua beleza e forma física e esquecem o interior.
É engraçado ver, por exemplo, os Morangos com Açucar em que todas as actrizes e actores hesivem belos corpos; e os mais gordinhos?! Curiosamente, na Rebelde Way (sim, vi alguns episódios...) uma das actrizes é gordinha. Por coincidência, a personagem desta é o de uma jovem obsessiva pelo primeiro e único namorado que teve (também tenho o habito de ler os resumos das novelas na "Notícias TV" do JN). E assim ensinamos os miúdos ou a gozarem com quem é gordinho ou a interiorizarem que os mais gordos são obsessivos e violentos e mais não sei o que. Por este e outros motivos deixei de ver o lixo que a nossa televisão transmite.
Acerca deste último assunto tinha tanto que escrever, mas o melhor é ficar por aqui. (só espero é transmitir estas ideias para o trabalho acerca da televisão!)
Nunca pensei que algo tão simples se poderia tornar doloroso. Sempre pensei que "apaixonar-nos por nós próprios" seria fácil, algo que ocorreria quando eu quisesse e como. Mas não...
Compreendi, à alguns meses atrás, que precisava de fazer mais por mim. Estava farta da menina que se lamentava de tudo e de nada, da menina que queria falar e não sabia como, da menina de sempre.
Enquanto vinha no autocarro, pensava no quão doloroso têm sido os últimos tempos. Parece uma montanha-russa, de altos e baixos, de paragens e recomeços. As vezes questiono-me se isto valerá a pena. É triste percebermos que não temos amor próprio.
Quero mudar. Quero ser uma menina mais comunicativa, mais aberta, alegre, divertida. Quero mudar-me, transformar-me, alterar-me. Quero tanta coisa!
É difícil transmitir o que sinto. Sinto, apenas, que enquanto não me apaixonar por mim, não conseguirei e evitarei que alguém se apaixone por mim.
Hoje percebi, finalmente, que talvez continue sozinha porque afugento quem se queira aproximar, pois não me "amo" o suficiente.
Uma viagem de autocarro, para além de cansativa, serviu para compreender que a minha vida tem sido passada, maioritariamente, a queixar-me e a nada fazer. Parece que estou à espera que as coisas mudem por arte do "Divino Espírito Santo".
Dentro do meu ser, atropelam-se sentimentos, medos e receios. Quero combate-los, mas como? Quando terminará isto?
Seria tudo bem mais simples se a minha vida fosse aquela que imagino nos meus sonhos...
Quem és?
Quem és tu que invades os meus sonhos a todas as horas? Quando fecho os olhos, reapareces nos meus sonhos, até cair num sono profundo.
Acompanhas-me ao acordar, em aulas, nos passeios, nas viagens, com os amigos, à noite... Estás sempre lá, mas não sei que és!
Não sei quem és, nem tão pouco te vi. Desconheço a tua forma, desconheço-te...
Mas, nos meus sonhos eu sei que és...
Chamas-te 'Guilherme'. Será esse o teu nome real?
Conheço os teus defeitos e qualidades, sei os teus sonhos... Mas na realidade, nada sei ao certo de ti.
Porque sonho com alguém que não tenho?
À anos que é sempre igual, que sonho com o "príncipe encantado" que não aparece. Mudam os nomes, mas a história é sempre a mesma. Já te chamei de 'Ricardo', 'Miguel', 'Simão', 'Afonso', 'André'... Mas nenhum destes nomes se tornou real.
É engraçado sonhar com alguém que não existe. Imaginar história e fantasias através da realidade.
Mas é triste perceber que não existe ninguém real, palpável... Alguém com quem possa trocar carinhos, mimos, beijos... Apenas os vejo nos meus sonhos, eu e tu.
Quero passear de mãos dadas, beijar, acarinhar, tirar fotografias sem nexo, escrever o teu nome ao longo de uma folha, escrever-te cartas, dormir e acordar contigo ao meu lado! Quero tanta coisa, mas o tempo passa e eu não revejo os sonhos na realidade.
Quantos anos mais viverei neste sonho? Quanto tempo mais terei de sonhar com alguém inexistente?
Nos meus sonhos chamas-te 'Guilherme', na vida real chamas-te 'Solidão'.
O teu lugar esta ocupado pela mesma solidão de há anos...
... e qualquer dia cometo uma loucura (das boas)!
Anda-me a apetecer fazer qualquer maluqueira! Apetece-me sair da linha de menina "inocente e tímida".
E já faltou mais tempo...
Sinto-me triste... Sinto-me em baixo... Sinto vontade de chorar...
Pergunto-me porque, mas não encontro a resposta. Não raras as vezes sinto-me assim.
Talvez tenha sido da frase "quero um namorado!" ou da música que me fez lembrar aquela pessoa especial...
Sinto-me estúpida, cada vez mais estúpida e parva. Não encontro um motivo, uma causa, nem sei o que escrever neste post... Apenas sinto isso: vontade de chorar de fugir!
À semanas que ando a tentar lutar contra os meus medos: a solidão, a timidez, a vergonha... Parece que cheguei a uma fase da minha luta em que começo a perder as forças.
Pergunto-me, para que isto, porque mudar?!
A minha cabeça está uma verdadeira confusão (como este post)... Preciso de organizar as ideias, o que quero, traçar um objectivo...
Será que é assim tão complicado pedir para se ser feliz?!
Amanhã (talvez) escreva algo decente e claro...
. Mentira.
. Desabafo de um processo d...
. Texto a alguém que não co...